sexta-feira, 14 de maio de 2010

(Maio de 2010) Centro de apoio ao pequeno agricultor se reúne com parceiros


O Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) recebeu na semana passada, a visita do engenheiro agrônomo do Centro de Apoio do Pequeno Agricultor (CAPA), Lauderson Holz.
O Capa teve origem na Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), em 1978 com a proposta de propor alternativas para uma agricultura mais sustentável, tendo em vista que a agricultura estava passando por um processo de modernização, ou seja, introdução de produtos híbridos e outros até então não conhecidos. A partir daquele momento, agricultores que eram vinculados a igreja se endividaram, saíram do campo e foram morar na cidade. A igreja preocupando-se com isso, passou a agir para que isso deixasse de acontecer.
Passou a ser incentivada a rotação de culturas, adubação verde, em fim, a agro-ecologia, com a produção de alimentos orgânicos deixando de lado os adubos químicos e agrotóxicos.
Dando um salto até 2003, foi formulada a lei do orgânico, a qual deve entra em vigor no final deste ano. O que irá regulamentar e caracterizar junto ao ponto de venda o que realmente é um produto orgânico, ou seja, um alimento cultivado sem o uso de adubos químicos, agrotóxicos, sementes transgênicas, entre outros.
Portanto, a proposta do Capa é de estimular a produção orgânica no Vale do Taquari. A agricultura usando adubação natural com estercos, compostagem, rotação de culturas e uso de plantas especificas para adubação verde. Holz explica que se há um ambiente equilibrado a incidência de pragas e doenças será menor. “Um solo sadio, irá produzir plantas sadias é haverá menor ataque de pragas. A base é um solo equilibrado. Alem disso, podem ser usados outros produtos organicamente corretos, receitas ou insumos que o agricultor mesmo pode produzir em sua propriedade”, destaca o engenheiro agrônomo. Ele percebe ainda que é necessário ver o conjunto para que as plantas se desenvolvam. Sendo que há uma série de nutrientes necessários que na agricultura tradicional não são implantados na lavoura.
O Capa atua junto ao sínodo do Vale do Taquari desde 2005. Em Cruzeiro do Sul, já participa de forma efetiva na localidade de Linha 22 de Novembro, em uma família que apostou na produção orgânica de gergelim, soja e linhaça. Trabalham também muito forte a questão do uso e produção de plantas medicinais, numa proposta de vida saudável. O grupo denominado de Cheiro do Mato, junto a sede do STR é um exemplo disso. No local são produzidos centenas de medicamentos totalmente desenvolvidos de forma artesanal e a partir de plantas. No vale já existem 23 grupos parecidos com este. “Hoje os consumidores estão pedindo produtos orgânicos. O objetivo é estimular essa produção” enaltece Holz.
Também há uma parceria com o mercado do STR e está se negociando uma parceria com a prefeitura municipal. Com esta, a intenção é de fechar um determinado número de horas para manter o trabalho de capacitação dos agentes comunitários de saúde, tendo em vista que no município o grupo se reúne uma vez por mês junto ao salão da a IECLB no centro, com intuito de formular novas maneiras de promover uma saúde de melhor qualidade. Junto aos grupos há a intenção de na visita as famílias, identificar interessados e com auxilio de outras forças municipais, intensificar a produção de produtos ecológicos. “Trabalhar todos na mesma direção para fortalecer o trabalho”, completa o agrônomo.

Foto Marcio Steiner

quinta-feira, 6 de maio de 2010

(Maio de 2010) Produção de nozes gera renda e é ambientalmente correta





São vários os exemplos de produção agrícola ecologicamente correta, mas um dos meios mais atípicos, que é realidade há vários anos em Cruzeiro do Sul é a produção de nozes. São poucos os produtores que comercializam o fruto em Cruzeiro do Sul, ao todo em torno de 60 hectares de terra cultivada, mas estes dão exemplo de que o negócio é bom e mostram dedicação e preocupação com o meio ambiente.
Uma família que trabalha com o negocio há cerca de 15 anos, mas que há cinco possui seu próprio mato de nogueiras na localidade de Linha Lotes é a de José Carlos e Maria Teresinha de Mattos. Com três hectares de terra, a propriedade comporta hoje 180 pés de nozes, de varias espécies, que representaram no ano passado mais de 1,4mil quilos do fruto.
Para este ano a expectativa não é das melhores quanto a produção, mas isso não desanima a família. Segundo José Carlos, a produção em 2010 não deve alcançar os 500 quilos. “Estamos cientes de que um ano se produz mais e outro menos. Além disso, a chuva muito intensa também prejudicou um pouco a produção. Contudo o que colhemos no ano que passou nos proporcionou uma renda muito satisfatória e acima do esperado”, revela. O produto foi comercializado na oportunidade a uma média de R$20 o quilo sem casca e R$6 com casca. Maria Teresinha ressalta que o mercado é excelente. “Este ano, devido à baixa produção, deve faltar produto no mercado. O que também irá valorizar ainda mais a fruta”, percebe a agricultora frisando que o principal mercado da família é uma agroindústria do município de Arroio do Tigre.
Porém o que mais se destaca, assim como é possível em todas as propriedades com esse tipo de cultivo, é a oportunidade de consorciar a produção com outra coisa, no caso da família Mattos de Linha Lotes, o gado. Hoje são 72 cabeças que caminham livremente entre as nogueiras. Tendo em vista que após a colheita das nozes, é possível ainda semear pastagem, como o azevem, o que auxilia na alimentação do rebanho.
Contudo um dos pontos que mais agrada a família Mattos é o beneficio a saúde que o modo escolhido de trabalho trás. “Neste caso não precisamos utilizar nenhum tipo de agrotóxico. Somente esperar que a árvore carregue, deixar que os frutos caiam e após juntar para descascar ou não e comercializar. Além disso sempre trabalhamos protegidos do sol, o que também ajuda bastante, assim também como para os animais que possuem sombra em abundância”, completa José Carlos, que revela adiante querer aumentar a área plantada em um hectare, ou em torno de 60 pés.
Para o Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Cruzeiro do Sul, cujo presidente, Marcos Antônio Hinrichsen, esteve visitando a propriedade da família associada, este é um exemplo que deve ser seguido por outros, pois além de uma renda garantida com baixo custo, a família vive em harmonia com a natureza, sem se expor aos agrotóxicos e preservando o meio ambiente”, diz o presidente.

Fotos Marcio Steiner