Considerado como a terra do aipim, o município se destaca na produção e na criação de receitas a base do produto. Com o passar dos anos e com a ênfase sobre a importância deste na agricultura, vários empreendedores passaram a valorizar mais a raiz e investir na comercialização do produto.
Um exemplo de dedicação a comercialização de aipim é da agricultora Marta Inês Arenhart, moradora da localidade de São Rafael. Até 1998 ela e a família trabalhavam como agricultores, na produção do aipim que era vendido para a Ceasa. Porém, Marta resolveu inovar, passando a descascar e vender o produto higienizado. Com a ajuda de mais um funcionário, vendia em média 400 quilos do produto por semana, tendo como principal mercado o município de Santa Cruz do Sul. Ela destaca que na época, o consumidor ainda não conseguia no mercado o aipim sem casca.
Segundo a proprietária, o negocio foi crescendo e abrindo mais mercados, cuidando sempre da qualidade, bom atendimento e preço dentro do esperado. Hoje a família segue produzindo para a própria agroindústria, denominada de Campos do Sul, contudo não é suficiente para a demanda, então compram de agricultores de Cruzeiro do Sul e também de fora. Atualmente produzem em torno de 2,5mil quilos por dia, contando atualmente com cerca de 20 funcionários diretos e comercializando em todo o Estado, lembrando que além do aipim, trabalham como seleta de legumes (sopão) e ervilha congelada.
Marta salienta que o principal fator para que o negócio dê certo é acreditar em si e no sonho. “Mas o sucesso vem também pelo fato da qualidade do produto produzido no município. Aqui é a terra do aipim, e do melhor aipim”, destaca. Ela percebe ainda que hoje o aipim já faz parte da cesta básica. “Há cerca de 15 anos, em muitos lugares, a raiz era utilizada somente para o trato animal. Com a valorização na mesa das pessoas, passou a se agregar valor ao produto e pudemos entre outros gerar emprego”, diz. Ela acredita que o aipim é um dos melhores negócios para o setor primário, pois o cultivo é barato e é totalmente aproveitável. O resto que não é vendido pode servir de trato para os animais.
Para o futuro, além de partir para outros produtos, o que não deve demorar, a intenção é se voltar para os orgânicos. Contudo destaca que precisa continuar contando com a parceira do Sindicato, Emater-RS/Ascar, prefeitura municipal e com o agricultor, pois esse ira garantir a venda certa e lucro maior, sem contar com a qualidade de vida do próprio produtor e a do consumidor.
No inicio deste mês, os produtos da Agroindustrial Campos do Sul passaram a ser realidade também junto ao supermercado do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Cruzeiro do Sul. Até então não havia esse tipo de produto no supermercado. Segundo o coordenador da área comercial do STR, Helio Miguel Schneider, este era um sonho do Sindicato, ver os produtos dos agricultores do município sendo industrializados. “Os clientes cada vez mais exigentes fazem com que ofertemos produtos de qualidade, o que sabemos encontrar junto ao nosso agricultor”, enaltece Schneider. Por ultimo analisa a importância da parceria, produtor, agroindústria e ponto de venda.
Foto Marcio Steiner
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